Outra vantagem do armazenamento de lipídeos é sua estrutura altamente reduzida, já que nosso corpo obtém energia a partir da oxidação de compostos, ou seja, captando elétrons de compostos reduzidos. Quanto mais reduzido é um composto, mais podemos oxidá-lo, i.e., mais energia podemos conseguir. De fato, a relação energia/grama é muito maior para ácidos graxos do que para carboidratos. A título de exemplo, seus carboidratos podem suprir suas necessidades energéticas por um dia, mas os lipídeos de uma pessoa obesa poderiam suprir as necessidades energéticas dessa pessoa por meses.
A principal vantagem dos ácidos graxos, entretanto, é também seu principal limitante. Por ser muito hidrofóbico, transportá-lo do local de armazenamento para o de uso requer um mecanismo especial. É essa a razão pela qual os animais armazenam carboidratos também. Eles possuem maior rapidez de mobilização e transporte. Para quem se interessa por carboidratos, o endereço do blog da glicose é http://grupo7a-glicose.blogspot.com/ .
Os ácidos graxos estão, em geral, ligados ao glicerol formando ésteres, originando estruturas denominadas triacilgliceróis (ou triacilglicerídeos). São a principal reserva energética dos animais. Para captar sua energia, entretanto, é necessário romper essas ligações. Os triacilglicerídeos são transportados até as células que os necessitam através de agregados lipoprotéicos. Ácidos graxos são carreados por albumina sérica. O glicerol liberado é convertido em diidroxiacetona fosfato, que entra na via glicolítica (consulte http://www.bioq.unb.br/htm/aulas2D/glicolise.htm ). Os ácidos graxos livres são transportados por proteínas específicas. Uma vez no citoplasma, os ácidos de cadeia muito longa (24 ou mais carbonos) seguem para o peroxissomo, organela celular especializada em oxidação. Nele, os ácidos graxos são saturados (caso haja insaturações) e oxidados parcialmente, do que resulta sua quebra em ácidos graxos menores. Ácidos graxos de cadeias naturalmente menores e também aqueles exportados dos peroxissomos são carreados para dentro da mitocôndria, onde sofrem beta-oxidação. É aí que eu entro... A mitocôndria possui duas membranas. A membrana interna é muito impermeável e, para que o ácido graxo possa entrar, precisa de um carreador. Esse sou eu! Inicialmente o ácido graxo é ativado com coenzima A. em seguida, o acil-CoA graxo formado reage comigo, carnitina, formando acil graxo carnitina , com liberação da CoA. Essa reação é catalisada pela carnitina aciltransferase I. Após nossa entrada na mitocôndria ocorre a reação inversa, catalisada pela carnitina aciltransferase II. Então tudo o que eu tenho a fazer é voltar a meu posto, lá fora. É um excelente trabalho. Minha difusão pela membrana interna da mitocôndria é facilitada, sequer gasto energia! Dê uma espiada em postagens anteriores, para maiores detalhes sobre a minha parte na via de degradação dos ácidos graxos. Ah... Caso você queira ver detalhes da beta-oxidação, tem um site legal: http://www.bioq.unb.br/htm/aulas2D/metab_lip_b-oxi1.htm
veja também http://www.bioq.unb.br/htm/aulas2D/metab_lip_mob.htm (Mobilização de ácidos graxos)
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Referências: Leningher, A. L. - "Princípios de Bioquímica" 3°ed
Bioquímica Básica - Bayardo e Marzzoco 1 ... Editora GUANABARA KOOGAN.