quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Transporte e oxidação

Se você é um daqueles que vive atribuindo seu “tamanho” aos lipídeos, saiba que seria muito maior se tivesse que armazenar toda essa energia sob a forma de carboidratos. Isso porque ácidos graxos são moléculas altamente apolares, hidrofóbicas. Ao armazenar lipídeos nosso corpo se poupa o trabalho de armazenar água ao redor, como ocorre com o glicogênio.
Outra vantagem do armazenamento de lipídeos é sua estrutura altamente reduzida, já que nosso corpo obtém energia a partir da oxidação de compostos, ou seja, captando elétrons de compostos reduzidos. Quanto mais reduzido é um composto, mais podemos oxidá-lo, i.e., mais energia podemos conseguir. De fato, a relação energia/grama é muito maior para ácidos graxos do que para carboidratos. A título de exemplo, seus carboidratos podem suprir suas necessidades energéticas por um dia, mas os lipídeos de uma pessoa obesa poderiam suprir as necessidades energéticas dessa pessoa por meses.
A principal vantagem dos ácidos graxos, entretanto, é também seu principal limitante. Por ser muito hidrofóbico, transportá-lo do local de armazenamento para o de uso requer um mecanismo especial. É essa a razão pela qual os animais armazenam carboidratos também. Eles possuem maior rapidez de mobilização e transporte. Para quem se interessa por carboidratos, o endereço do blog da glicose é
http://grupo7a-glicose.blogspot.com/ .
Os ácidos graxos estão, em geral, ligados ao glicerol formando ésteres, originando estruturas denominadas triacilgliceróis (ou triacilglicerídeos). São a principal reserva energética dos animais. Para captar sua energia, entretanto, é necessário romper essas ligações. Os triacilglicerídeos são transportados até as células que os necessitam através de agregados lipoprotéicos. Ácidos graxos são carreados por albumina sérica. O glicerol liberado é convertido em diidroxiacetona fosfato, que entra na via glicolítica
(consulte http://www.bioq.unb.br/htm/aulas2D/glicolise.htm ). Os ácidos graxos livres são transportados por proteínas específicas. Uma vez no citoplasma, os ácidos de cadeia muito longa (24 ou mais carbonos) seguem para o peroxissomo, organela celular especializada em oxidação. Nele, os ácidos graxos são saturados (caso haja insaturações) e oxidados parcialmente, do que resulta sua quebra em ácidos graxos menores. Ácidos graxos de cadeias naturalmente menores e também aqueles exportados dos peroxissomos são carreados para dentro da mitocôndria, onde sofrem beta-oxidação. É aí que eu entro... A mitocôndria possui duas membranas. A membrana interna é muito impermeável e, para que o ácido graxo possa entrar, precisa de um carreador. Esse sou eu! Inicialmente o ácido graxo é ativado com coenzima A. em seguida, o acil-CoA graxo formado reage comigo, carnitina, formando acil graxo carnitina , com liberação da CoA. Essa reação é catalisada pela carnitina aciltransferase I. Após nossa entrada na mitocôndria ocorre a reação inversa, catalisada pela carnitina aciltransferase II. Então tudo o que eu tenho a fazer é voltar a meu posto, lá fora. É um excelente trabalho. Minha difusão pela membrana interna da mitocôndria é facilitada, sequer gasto energia! Dê uma espiada em postagens anteriores, para maiores detalhes sobre a minha parte na via de degradação dos ácidos graxos. Ah... Caso você queira ver detalhes da beta-oxidação, tem um site legal: http://www.bioq.unb.br/htm/aulas2D/metab_lip_b-oxi1.htm

veja também http://www.bioq.unb.br/htm/aulas2D/metab_lip_mob.htm (Mobilização de ácidos graxos)

blog

Referências: Leningher, A. L. - "Princípios de Bioquímica" 3°ed

Bioquímica Básica - Bayardo e Marzzoco 1 ... Editora GUANABARA KOOGAN.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Considerações gerais ( considerações finais)

A carnitina é um aminoácido não protéico sendo assim sua ingestão por si só não promove o aumento de massa muscular.A estrutura da molécula l-carnitina não permite que seja incorporada em proteínas pois não permite a formação de ligações peptídicas uma vez que não possui grupo amino e carboxila no mesmo carbono (carbono α) nem grupo R ramificado ligado ao carbono α.
Os suplementos alimentares contendo aminoácidos protéicos aparentemente só apresentam efeitos significativos em atletas e fisiculturistas que necessitam de uma quantidade imensa de energia para suprir suas necessidades e não conseguem ingerir uma quantidade suficiente de alimentos. Já pessoas de constituição física normal mesmo que pratiquem esportes regularmente conseguem suprir suas necessidades energéticas facilmente através da dieta (para um adulto saudável, por exemplo, a necessidade protéica e cerca de 60g proteína/dia). Talvez um complemento com l-carnitina para fisiculturistas auxilie no processo de B oxidação liberando mais energia para o treino mesmo sendo um efeito reduzido pode fazer aquela diferença de 0,01 segundo decisivo nesses casos.Mas é importante considerar, no entanto que o metabolismo apresenta uma regulação complexa logo aumentar os niveis de l-carnitina não significa acelerar o processo de “queima de gorduras” se não houver também os outros intermediários em maior quantidade.Sem contar que o Malonil –Coa (intermediário da síntese de ácidos graxos) é inibidor da enzima que promove a ligação da carnitina no ácido graxo. Considero então que não adianta tomar l-carnitina com a finalidade de perder peso uma vez que a regulação metabólica envolve fatores hormonais e genéticos.
Pessoas com deficiência em l-carnitina apresentam sintomas como fraqueza muscular caso o sobrepeso fosse resultado do déficit de l-carnitina não seria o único sintoma presente.O uso da carnitina em cosméticos também é muito questionável uma vez que a molécula não conseguiria atravessar a derme chegando as mitocôndrias das células “alvo”.
Muitas pesquisas ainda estão em andamento buscando obter uma maior compreensão desses processos para obter respostas mais conclusivas.




Uma infinidade de produtos utiliza l-carnitina em sua composição basta colocar no google e pronto... Você ficará impressionado com a variedade de produtos que contém a molécula em questão. Produtos que vão desde energéticos passando por ração de cachorro, suplementos alimentares dos mais diversos, cosméticos, barras de cereal....etc....etc...etc

Na maioria das embalagens e propagandas referentes a tais produtos salientam que a l-carnitina garante benefícios quase miraculosos aos consumidores sem, no entanto apresentar embasamento cientifico ou dados consistentes ou ainda pior informa de maneira simplória e questionável que a l-carnitina atua "quebrando gorduras" "queimando gorduras” ou “fornecendo energia’ termos estes freqüentemente empregados para convencer o consumidor dos benefícios inigualáveis que o produto oferece”.


Até que ponto oferecer rações suplementadas com l-carnitina e outros compostos adicionais trás algum beneficio aos animais???

A l-carnitina também é empregada em uma famosa marca de hidratante que garante redução significativa da celulite, porém não há informações no site do produto indicando realmente como atua, apenas diz que a l-carnitina auxilia na quebra de gorduras e que mulheres após uma certa idade tem uma diminuição na produção de l-carnitina, além disso a pesquisa só foi realizada com 161 mulheres, será que é um número suficiente para apresentar dados conclusivos? ?? A l-carnitina atravessa a pele??? São perguntas que eu gostaria de saber responder......................................


http://www.desportosdeginasio.com/loja/produtos_detalhe.asp?ProdutoID=310&CategoriaID=42&subcategoriaID=0

http://tienda.lescosesbones.com/product_info.php?products_id=208

http://www.calendula.pt/descArtigo?id_artigo=5076

http://www.junkfoodblog.com/2006_03_01_junkfood.html

http://www.drinknos.com/Products.aspx

http://products2.nivea.com/products.php?page_id=897&lan=br

www.premierpet.com.br/artigo134.asp

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Na busca por um corpo perfeito e bem torneado muitas pessoas buscam fórmulas e produtos milagrosos que prometem auxiliar com eficiencia nessa ardua tarefa. A industria dos suplementos nutricionais, dietéticos e drogas com a finalidade de emagrecimento ou ganho de massa muscular movimenta milhões todos anos. Suplementos de carnitina ganharam uma ampla fatia do mercado nos ultimos tempos. Mas será que o consumo de carnitina para essa finalidade é eficiente????

Muitos estudos tem sido realizados a respeito do uso da carnitina, brevemente apresentaremos uma discusão embasada em conhecimento científicos buscando responder até que ponto o uso da carnitina pode contribuir com esse propósito.


Moléculas relacionadas


Oleato: acido graxo abundante com 18 atomos de carbono na cadeia, monoinsaturado e com uma dupla ligação cis entre C-9 e C-10 (denotata Δ9). O oletato é convertido em oleoil-coA e transportado atravéz da membrana mitocondrial como oleoil-carnitina e então convertido novamente em oleoil-coA na matriz da mitocondria.

Coenzima A: O grupo acil graxo é transferido enzimaticamente da carnitina para coenzima A intramitocondrial pela carnitina acil transferase II. Ocorre transesterificação com a coenzima A.

Malonil coA: é o primeiro intermediário na síntese de acidos graxos inibe a enzima acil transferase I sendo assim a carnitina deixa de transportar o acido graxo no interior da mitocondria. Essa inibição impede que os acidos sejam sintetizados e degradados ao mesmo tempo.

sábado, 27 de outubro de 2007

Entrada dos ácidos graxos na mitocôndria

Os ácidos graxos livres que, provindos do sangue, entram no citosol, não podem passar diretamente para o interior da mitocôndria, onde estão as enzimas responsáveis por sua oxidação. Esses ácidos graxos livres necessitam ser conduzidos até a matriz. O processo de entrada é mediado pela L-carnitina, sendo esse o passo limitante da velocidade e de oxidação de ácidos graxos no interior da mitocôndria e ponto de regulação. O processo de transferência dos ácidos graxos para o interior da mitocôndria ocorre em três passos (três reações enzimáticas) :
A enzima acil-coA sintetase (família de isoenzimas presentes na membrana mitocôndria externa) agem nos ácidos graxos catalisando a formação de uma ligação tio-ester entre o grupo tiol da coenzima A para liberar um acil-coA graxo. Esse processo é favorecido pela hidrolise de duas ligações de alta energia do ATP. Os derivados do acil coa graxo são compostos de alta energia.
Os ésteres de acetil coA graxo formados na membrana mitocôndria externa não cruzam a membrana mitocôndria interna intacta. Assim o grupo acil-graxo é transientemente ligado hidroxila da carnitina formando o derivado acil-graxo carnitina essa transesterificação é catalisada pela carnitina acil-transferase 1 também presente na face externa da membrana mitocondrial interna chega a matriz por difusão facilitada por meio do transportados acil carnitina/carnitina.
No terceiro e ultimo passo do processo de entrada o grupo acil graxo é transferido enzimáticamente da carnitina para coenzima A intramitocondrial pela enzima carnitina acil transferase 2, essa isoenzima está localizada na face interna da membrana mitocondrial interna onde ela regenera acetil coa graxo e o libera juntamente com a carnitina livre na matriz mitocondrial. A carnitina reentra no espaço entre as membranas mitocondriais externa e interna por meio do mesmo tranportador acil-carnitina/carnitina. Uma vez no interior da mitocôndria o acil-coA graxo sofre rapidamente a ação de um conjunto de enzimas existente na matriz.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Entrada dos ácidos graxos no interior da mitocondria por meio do transportados de acil-carnitina/carnitina.